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FULLA, A BARBIE MUÇULMANA QUE NUNCA VAI TER UM KEN

Toda menina muçulmana sonha em ter uma boneca Fulla, que, ao contrário da Barbie, está sempre coberta da cabeça aos pés. Desde criança aprende que Fulla não tem um namorado -o Ken- da versão americana. É apenas o prenúncio de outras restrições que vão lhe ser impostas, ao longo de sua vida, num país islâmico. A Arábia Saudita recentemente autorizou as mulheres a dirigir, mas ainda exige o consentimento do pai ou do marido para que possam obter um passaporte, viajar ao exterior, trabalhar, casar, abrir uma conta bancária ou mesmo fazer uma cirurgia. Nos países islâmicos, o depoimento de um homem muçulmano, em um processo judicial, vale pelo de duas mulheres. E se a mulher for condenada por um crime, mesmo depois de cumprida a pena, só será libertada com a autorização do seu pai ou do seu marido. No Afeganistão, o nome da mulher não é escrito nos convites da cerimônia de seu próprio casamento. E quando tem filhos, o nome da mãe não consta da certidão de nascimento; quando falece também não tem seu nome inscrito na sua certidão de óbito e nem na sua lápide. Nos atendimentos médico-hospitalares o nome da mulher não pode ser escrito nas receitas: ela sempre deverá ser tratada como filha de fulano ou esposa de sicrano. No Irã, são recorrentes as prisões de mulheres muçulmanas que deixam de usar o véu sobre a cabeça (hijab) em lugares públicos, tendo sido amplamente noticiada a prisão de Shaparak Shayarizadeh, que liderou uma manifestação contra essa obrigação, em 2018, e foi condenada a 20 anos de reclusão. Se criassem um Ken muçulmano, certamente teria ele, em uma das mãos, uma mordaça, e somente poderia ser vendido com pelo menos duas unidades da boneca Fulla, para lhe fazer companhia...

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